sábado, 4 de dezembro de 2010

I Mundo!


Tem gente que acha que o mundo vai acabar em 2012. Às vezes acho que deveria mesmo, de modo que a podridão desse planeta fosse por água a baixo.
Morreriam velhos e novos corruptos, assassinos, pessoas cheias de ódio e rancor, me incluo neste grupo.
Fogo e água são elementos naturais que purificam. Todos nós precisamos ser purificados, porque estamos viciados em Mc’Donalds, em carros, dinheiros, cocaína, dinheiro, trabalho, remédio.
Se Deus fosse sábio como dizem, ele não teria poupado ninguém do dilúvio. Ele teria matado todos e começado tudo de novo, porque o homem, feito à sua imagem e semelhança foi uma criação que deu errada!

Allan Giovanni da Silva.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010


Pra que é antenadinho!

Resumo da novela

Totó e Clara passam a noite juntos. Mauro expulsa Melina de sua sala. Stela tenta resistir a Agnello. Lorena vai à clínica de reabilitação e sofre ao ver Danilo sedado na cama. Totó resolve dar à Clara uma última chance. Alfredo aconselha Agostina a deixar Berilo visitar Olavinho. Berilo propõe que Jéssica seja sua amante. Fred estranha ao ver Melina e Mauro irritados. Adamo e Agnello reprovam a decisão de Totó em aceitar Clara de volta, enquanto Kelly se comove.

Visual dos artistas
Transformar o visual é algo recorrente na vida dos atores. Sempre sujeitos a caracterizações, devido aos novos personagens que interpretam, alguns artistas precisam repaginar o visual por completo

Receita com Edu Guedes
Massa:400g de manteiga3 colheres de sopa de leite2 gemas1 ovo1 colher de chá de sal250g de farinha de trigo250g de farinha de trigo integralFarelo de trigo para abrir a massaRecheio:1 alho poro300 g de mussarelaLiga:½ xícara de creme de leite1 xícara de leite4 ovos1 colher de chá de sal Massa: Bater a manteiga, ainda fria, para deixar macia. Colocar o leite, depois o ovo e as gemas.

Tem gente que não entende direito meu raciocínio, acha que falo difícil, que não é acessível. Penso que isso e os tediosos assuntos que costumo tratar em meu blog não atingem a maioria dos microcéfalos com que lido todos os dias, então resolvi hoje escrever só pra que é retardado. A cima coisas que os alienados estão vão gostar

Fique ligadinho semana que vem vou estar falando do BBB, de que a Deborah Secco está namorando e não perca as tendência das ruas neste verão. Puta que pariu, que merda!



Allan Giovanni da Silva.

Melhor seria o inferno!



Pense em um lugar esquecido por Deus, com fome, guerra, corrupção. Agora destrua esse país miserável, mate trezentos mil de seus habitantes. Condene todos outros que por sorte, azar ou infantilidade do destino acaram por sobreviver.
Temos um país que sempre sofreu com a escravidão e todo o tipo de mazela, a dor é uma constante. Para deixar mais interessante nosso pequeno passeio no inferno, coloquemos um pouco, ou muita cólera, num plano de fundo de ódio e descrença nas autoridades.
O futuro da maioria dos países do mundo é promissor, mas não neste. Ah! Não neste, o futuro é tão negro quanto os rostos que sofrem de inanição.
Os países ricos não ligam mais pra ele, ligavam quando era rico em pedras preciosas, mas agora, pra que se importar?
Se neste breve exercício você conseguiu imaginar-se não dando a mínima, então você é Deus é o país é o Haiti. A


Allan Giovanni da Silva.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

As pequenas dificuldades da vida!



A gente nasce e a gente vai morrer um dia, porém existe uma boa quantidade de tempo aí no meio, pois bem. A vida não costuma ser fácil a não ser que você seja filho de um grande empresário ou de um político importante, se não for, prepare-se para ralar um bocado nesta vida.
Penso que de certa forma a vida é uma guerra, e cada dia deve ser vivido como se fosse uma verdadeira batalha, se no fim do dia você se sente cansado com a cabeça pesada, mas feliz, então você pode descansar com honra do dever cumprido.
Não acho que as coisas dever se fáceis não, penso que quanto maior o desafio, mais saboroso será a conquista.
Um cérebro cansado, mãos calejadas e cicatrizes são troféus dos que não desistiram, dos que lutaram dia após dia. Acredito que apesar das dificuldades a vida costuma ser dura para que é mole, as dificuldades não são barreiras, são apenas obstáculos.
Todos tomamos bordoadas da vida, isso não é privilégio dos fracos, mas apenas eles, os fracos ficam pelo caminho a se queixar. Quem é forte e principalmente corajoso, supera.
O que hoje é um grande problema pra você, amanhã não será mais, porém outros problemas virão e cabe a você e apenas você resolver e superar cada um deles.
Daqui há muitos anos, na velhice você poderá olhar para traz e dizer que seguiu em frente, que tentou todas as vezes que foram necessárias, e verá que cada dificuldade que venceu tornou você um ser humano melhor.


Allan Giovanni da Silva.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Alles Blau?


Vejo a constatação de minhas pesquisas de TCC acontecerem ao vivo todos os dias e a Oktoberfest acabou em grande medida fazendo o trabalho para mim. Meu texto põe em cheque o que é ser alemão. Por que continuamos perpetuando algo do passado como se fosse sagrado?
É mesmo fundamental preservar a cultura germânica no Brasil em pleno século XXI?
Há quem diga que sim, o própósito disso é muito claro, dinheiro, os turistas gostam de ver algo diferente do que está acostumado e Blumenau lhes parece um verdadeiro paraíso, limpo (se comparado a São Paulo), ordeiro, trabalhador e cara! Dão chopp de graça! Mas nós não somos mais a colônia do Otto Blumenau, nós somos uma cidade do Brasil, somos latino americanos, muito embora vários torçam o nariz pra esse fato. Mas calma, caro conterrâneo este não um dilema só nosso, os cowboys do interior de São Paulo trabalham em escritórios e se vestem de caipira só pra ir pra balada, os índios do Xingú tem computadores melhores do que os nossos, mas fazem suas danças dos espíritos em troca de dólares. Todo mundo acaba no samba pra gringo ver.

Allan Giovanni da Silva.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O menino chamado Tarantino


A rima é pobre, porém válida. Alguns o odeiam, outros o amam, bom eu faço parte do grupo que o ama. Acho que Tarantino é sim um gênio, por outro lado acho que ele não teve infância então acaba por fazer do estúdio seu parquinho e os atores seus bonecos, os filmes? Pura brincadeira. Os críticos mais sérios por vezes não vêem graça em suas piadas quase infantis, os mangás, o excesso de referência e é claro a violência que em suas películas nem mesmo precisa de um motivo para acontecer.
Tarantino em sua mente perversa e perturbada acaba por ser único no que faz, ele uni coisas que não podem ser unidas e fica bom. Ele junta faroeste com samurais e uma trilha punk focando a cara dos atores. Cenas longas que acabam com um jato de sangue.
Tarantino é sem noção? Sim. Faz filmes toscos e sem um bom acabamento? Sim. Ele vive em um mundo paralelo? Sim, mas isso faz dele único. O cara não ganhou o Oscar desse ano, ao qual havia sido indicado Bastardos Inglórios por pura picuinha da Academia, que o deu pra que mulher sem graça do Guerra ao Terror.
Sou admirador porque ele faz o que está a fim e não é paga pau dos estúdios.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Dez filmes que você precisa ver


Às vezes as pessoas me perguntam quais são os melhores filmes, como se eu fosse um guru do cinema ou coisa assim. Na verdade conheço um pouquinho de cinema porque passei metade dos anos 80 e todos os anos 90 em frente à TV.
Depois de grande, já na era do DVD aprimorei meu gosto pela sétima arte e claro aprendi muito com meu velho mestre seu Holetz e continuo aprendendo. Bom atendendo aos pedidos, segue na minha modesta opinião os dez melhores filmes que vi até o presente dia. A lista pode mudar, mas hoje é esta.

Forrest Gump; O Contador de histórias de Robert Zemeckis

Cidadão Kane de Orson Welles

O pagador de promessas de Anselmo Duarte

Apocalypse Now de Francis Ford Coppola

Laranja Mecânica de Stanley Kubrick

O bebê de Rosemary de Roman Polanski

Psicose de Alfred Hitchcock

O Clube da Luta de David Fincher

O que é isso companheiro? De Bruno Barreto

O Encouraçado Potenkim de Sergei Eisenstein

Forrest Gump está na lista porque acho que é um filme desenhado, lindamente desenhado. Cidadão Kane coloquei pela genialidade e ousadia de Orson Welles em 1941. O Pagador de Promessas está em minha lista representando dois segmentos; os filmes revolucionários feitos no Brasil na época da ditadura militar e também por ser um registro do Brasil que não sabia para onde estava indo.
Apocalypse Now além de ser um filme lindo em termos de fotografia foi uma loucura pra rodar, ninguém se entendia, o resultado foi perfeito com grandes atuações e uma direção impecável de Coppola, foi a primeira grande crítica à Guerra Vietnã, criando um novo jeito de se fazer cinema.
Laranja Mecânica, eu considero uma cusparada na cara da sociedade americana cristã dos anos 60, película inigualável.
O Bebê de Rosemary, é fascinante por causar medo com pouca coisa e é considerado por Zé do Caixão como o melhor filme de terror de todos os tempos, é de arrepiar, Mia Farrow nunca voltou a atuar tão bem. Psicose; Hitchcock nunca fez um filme se quer que fosse ruim e este é o melhor, com a trilha e o assassinato no chuveiro eternizou Norman Bates como um grande personagem de suspense e ainda por cima é em preto e branco.
Clube da luta é um filme que te deixa com nojo de sua vida da sociedade e dá vontade de sair na rua dando porrada em todo mundo depois de ver. Quando achava que não era mais possível revolucionar o cinema eis que surge este filme.
O que é isso companheiro? Um filme humano, revolucionário e verdadeiro, uma obra-prima que não se via há muito no cinema nacional. Finalmente o Encouraçado Potenkim, um filme russo de 1925, preto e branco claro, e mudo, mas viceral, com um elenco gigantesco e pronto pra luta. Um filme que enfeitiça!
É evidente que me lembrei de mais uns dez enquanto escrevia esta lista, mas por hoje é só esta. Obrigado e até outra vez.

Bob e a Filosofia


Dos muitos bons desenhos que tínhamos nos anos 90, um deles me voltou à memória, O Fantástico Mundo de Bob, que mostra um garoto baixinho e de cabeça grande, que vive em parte num mundo paralelo, (me identifico com ele).
As situações do cotidiano se tornam aventuras incríveis na mente fértil de Bob, seu herói de brinquedo ganha vida e seu cão sempre o acompanha.
Vejo muita importância em Bob, porque é um personagem que se desliga completamente do mundo tangível e desafia as questões da materialidade, fugindo do seu irmão mais velho.
Agradeço à Bob por me apresentar um mundo paralelo. Ah! Platão também fez isso.





Allan Giovanni da Silva.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010


Você e eu somos tão à flor da pele, somos tão cheios de opinião, de verdade, o que acaba nos sendo um tempeiro. Acho perfeito ter ao meu lado uma pessoa tão visceral quanto eu, com uma personalidade tão definida, uma mulher tão decidida e inteligente. Não nos vejo, porém como antíteses, não, creio que nos campletemos.
Acho você linda esperta e sofisticada, enquanto que eu... Deixa pra lá.
Adoro te ter, e gosto até mesmo mais de mim quando estou contigo Mesmo não acreditando em felicidade tudo que fazemos juntos se transformam em momentos felizes, até cemitérios e cultos de doidos.
Encontrei alguém de quem saboreio a companhia e amo mais a cada momento.
Allan Giovanni da Silva.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Cômico ou trágico?

Cada ano eleitoral a coisa é a mesma, os políticos aparecem na televisão com a maior cara de pau pedindo o seu voto. Com as velhas desculpas de sempre:
-Vou trabalha pela educação, pelo trabalhador, pelo estudante, pela família, pelos cristãos e esse ano a coisa não é diferente. Tem até gente prometendo lutar pelos direitos dos condôminos o que acho um pouco vago e um tanto elitista.
O maior destaque deste texto, porém, são os candidatos que são na falta de uma palavra mais apropriada, bizarros, bem, vamos a eles, Netinho de Paula pelo PC do B, quando ele se tornou comunista eu não sei. Outra, a mulher Pêra na verdade não conheço nada da plataforma da candidata então não farei comentário nenhum, até mesmo porque minha namorada lê o blog (beijo amor).
Ronaldo Esper, sim o nacionalmente conhecido estilista que roubou dois vasos em um cemitério de São Paulo, como pode um ladrão conhecido querer ocupar um cargo público? (Até vaso o cara rouba).
Maguila, sempre notável em seus discursos eloqüentes. O melhor eu deixei para o fim claro, do fundo do poço da política brasileira existe um porão e lá está ele: Tiririca e seu slogan:
- Vote em mim “pusque” pior não pode ficar!
Acabou aqui

Allan Giovanni da Silva.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

“Exército de um homem só!”

Quando era mais novinho eu sempre escutava aquele papo dos mais velhos que sempre praguejavam contra a música de hoje em dia. Porém nunca imaginei que um dia estaria eu fazendo este papel e pior, ainda nem sou velho como eles.
Hoje me revolto não só com o momento sócio-político-educacional pelo que passamos, mas também pelo musical. Digo, nos anos sessenta tínhamos a ditadura, mas tínhamos também a Tropicália, nos anos oitenta tinha a repressão dos mais velhos, mas, tínhamos a Legião Urbana, Barão Vermelho, Titãs e Pára-lamas do sucesso. Hoje esses coitados estão mortos ou velhos, porém fizeram sua parte.
Agora não vivemos oprimidos por nada a não ser o nada, esse sim nos oprime diariamente, não ter pelo que lutar.
Em períodos de trevas, as bandas costumavam liderar os jovens, levá-los para rebeldia. Mas hoje, pelo que nossos jovens devem se revoltar?
Ah! Nesse mesmo instante passa um montão de coisas pela minha cabeça, mas, acho que estou meio velho pra ser entusiasta de revoluções.
Uma vez ouvi dizer que cada geração tem os líderes que merece.
Bom, caro leitor, caso seja essa dura verdade, não quero ser liderado por nenhum desses que estão aí, e você pode ficar com eles, porque eu vou me liderar sozinho.

Obrigado e até outra vez!
Allan Giovanni da Silva.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Desapontado com os fantasmas e com os Silva.


Desapontado com os fantasmas

Ontem minha namorada Andrea, (que têm grande paciência para me aturar as minúcias de minhas pesquisas de campo) e eu fotografamos quatro cemitérios um em Blumenau e três em Pomerode. O resultado deste adorável dia de passeio, não me agradou em todos os seus aspectos. Bom o primeiro deles é que em Pomerode não encontrei nenhum familiar meu, ou seja, ninguém chamado Silva, pertencente a esta grande casta luso-tupiniquim. Primeiro acreditei se tratar de segregação religiosa apenas pois dentre os luteranos não havia nenhum. Depois verificamos um cemitério exclusivo para católicos nem pra contar a história (metaforicamente falando).
Acabei por conceber algumas idéias a cerca disso:
Hipótese 1: Não existem Silvas em Pomerode.
Hipótese 2: Silva são de outras religiões.
Hipótese 3: Silva não tem religião.
Hipótese 4: Silva são Jogados no Rio Itajaí Açu.
Hipótese 5: Silva não morrem ao estilo Chuck Norris.

Bom de qualquer forma, meu desapontamento continua tendo em vista que das mais de cem fotos que tiramos com duas câmeras não fotografei um fantasma sequer, nenhumzinho, nem espírito, alma penada, “ghost”, espectro. Não nem o Gasparzinho que é tão camarada quis dar o ar da sua graça.
Mas como diz o grande filósofo Pernambucano Lula: “A luta continua, companheiros.”
Pô! Nenhum Silva e nenhum fantasma, que chato.
Allan Giovanni da Silva.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

CANÇÃO DO AMOR IMPREVISTO

Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E a minha poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.

Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
Com o teu passo leve,
Com esses teus cabelos...

E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender
nada, numa alegria atônita...

A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos.

Mario Quintana

domingo, 4 de julho de 2010

Amor!

Acho muito complexo escrever um texto sobre o amor, porque cada pessoa sente de uma forma, e existem amores diferentes uns dos outros. Amor à causa, amor fraternal, amor à vida Todos genuínos.
O amor mais arrebatador certamente é aquele entre um homem e uma mulher, pois esse não envolve teoria ou laços familiares, mas algo que não sei descrever.
Penso que amar tem a ver com construir uma coisa juntos, não material, mas algo que pode transcender o tempo, o espaço. Algo que só duas pessoas que se amam é que sabem. Uma história, hora alegre, hora dramática, mas como já disse genuína, penso que uma história de amor se baseia em sinceridade e diálogo, claro que compreensão é necessário bem como o respeito.
Poderia no auge da minha pieguice comparar o amor com um jardim que regamos, blá blá blá, mas não farei, caro leitor pois nem mesmos é do meu feitio tal comparação. Mas acredito sim que o amor pode crescer com o tempo, e um relação ficar mais linda e mais incrível a cada dia.
Você pode estar se perguntando o que faz de mim um especialistas no assunto, bom, eu amo!

Allan Giovanni da Silva.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Os que não morrem

Você nasce, vive trabalha muito, seus filhos nascem, amam você, seus netos também o amarão, mas depois disso você será esquecido para sempre a não ser que faça algo realmente extraordinário. Nesse caso você poderá viver para sempre através da história.
Levo agora estes escritos para outro lado, muito mais específico, a literatura. Ontem morreu José Saramago. O homem foi um grande gênio da literatura com uma personalidade incrível.
Saramago é um homem que decidiu que não iria morrer, agora temos uma dicotomia, ele como homem morre mais seu legado, sua arte fica. Ele não será apreciado apenas por nós que já o admiramos, mas som por novos e que talvez ainda nem tenham nascido. José Saramago será discutido em simpósios, seminário e debates mundo afora até mesmo depois de nossas mortes. Jovens do século XXII ficarão fascinados pelas palavras deste velho.
Hemingway, Neruda, Amado, Machado de Assis, Veríssimo e agora Saramago estes e tantos outros que poderia ter citado aqui, são homens que não morrerão enquanto houver pessoas abrindo livros.
Allan Giovanni da Silva.

domingo, 30 de maio de 2010

Soprando No Vento

Quantas estradas precisará um homem andar
Antes que possam chamá-lo de um homem?
Quantos mares precisará uma pomba branca sobrevoar,
Antes que ela possa dormir na areia?
Sim e quantas vezes precisará balas de canhão voar,
Até serem para sempre abandonadas?
A resposta, meu amigo, está soprando no vento
A resposta está soprando no vento


Sim e quantos anos pode existir uma montanha
Antes que ela seja lavada pelo mar?
Sim e quantos anos podem algumas pessoas existir,
Até que sejam permitidas a serem livres?
Sim e quantas vezes pode um homem virar sua cabeça,
E fingir que ele simplesmente não vê?
A resposta, meu amigo, está soprando no vento
A resposta está soprando no vento


Sim e quantas vezes precisará um homem olhar para cima
Antes que ele possa ver o céu?
Sim e quantas orelhas precisará ter um homem,
Antes que ele possa ouvir as pessoas chorar?
Sim e quantas mortes ele causará até ele saber
Que muitas pessoas morreram?
A resposta, meu amigo, está soprando no vento
A resposta está soprando no vento

Bob Dylan

terça-feira, 18 de maio de 2010

História, aventura e brincadeiras de criança


Pensando nas loucuras que gosto de fazer quando não estou trabalhando, estudando ou namorando, é uma boa e revigorante aventura, subir o velho Spitzkopf e passar uma ou duas noites no inverno desfrutando da liberdade que a montanha nos oferece, ou o Morro do Baú, que de outra maneira também oferece seus desafios que testam suas habilidades, tem ainda as antigas Minas de Prata na Nova Rússia, onde você pode encontrar sapos, cobras e muitos, muitos morcegos.
Na mais tenra infância minha mente era habitada por aventuras incríveis, tesouro, e donzelas em perigo. Desde muito pequeno gostava das aventuras do arqueólogo Indiana Jones. Mais tarde aventureiros da vida real passaram a me encantar como o coronel Irlandês John H. Patterson, mais conhecido como Patterson Matador de leões que matou dois leões responsáveis por matar 135 trabalhadores na África em 1898. O também oficial britânico da marinha, Ernest Henry Shackleton que explorou a Antártida em 1902. Ainda o Arqueólogo britânico Howard Carter que descobriu a múmia de Tutankhamon, mas o mais enblemático e inspirador de todos certamente foi o último grande explorador, coronel Pearcy Harrison Fawcett, desaparecido na Floresta Amazônica em 1925 buscando uma cidade perdida. Mas não posso esquecer óbviamente do Marechal Cândido Rondon, um homem muito corajoso, um militar incrível, um brasileiro que deve ser considerado um herói, uma pessoas de grande sensibilidade.
Esses e outros homens me dizem através de seus livros e diários que nós seres humanos dotados de razão, donos de grande problemas burocráticos do dia-a-dia somos também animais. Não nascemos em escritórios e não fomos feitos para passar a vida diante de um munitor de computador. Quando resolvemos sair de nossa zona de conforto, estamos dizendo à nós mesmos que somos capazes de vencer limites criados pela natureza e dessa forma saborear belas dádivas , que nos são dadas diariamente e de graça, como um pôr do sol, ou o desabrochar de um flor.
Certa vez um velho aventureiro me disse:
“- Pelo menos uma vez por ano veja o sol nascer.”

Allan Giovanni da Silva

segunda-feira, 12 de abril de 2010

SINTO VERGONHA DE MIM

Sinto vergonha de mim…
por ter sido educador de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o “eu” feliz a qualquer custo,
buscando a tal “felicidade”
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos “floreios” para justificar
atos criminosos,
a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre “contestar”,
voltar atrás
e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer…

Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
povo brasileiro !

***

” De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto “.

Rui Barbosa

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Adestrando cães

Vejo nos cães um honra que certamente as crianças não mais apresentam. Cães são absolutamente fieis aos seus donos, porém fique de olho em seu filho.
Muito se fala em corrupção, principalmente no meio político, mas você ficaria surpreso em saber onde ela começa: a família, a célula máter do fascismo, é comum chamá-lo de jeitinho brasileiro. O pai ensina o filho a se dar bem e logo ele está mentindo, é dissimulado, cínico e hipócrita.
As crianças do século XII vêem com um péssimo defeito, elas acham que sabem de tudo, os cães baixam as orelhas e se envergonham de seus erros, as crianças ladram, algumas tentam morder.
Caso você sinta necessidade de companhia sugiro que compre um cão, ele sempre te tratará com respeito.

Allan Giovanni da Silva.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Ao fim de tudo

Minhas lágrimas não caem mais,
Eu já me transformei em pó
E os meus gritos não se escutam mais
Estão na direção do Sol
Meu futuro não me assusta ou faz
Correr pra desprender o nó
Que me amarra a garganta e traz
O vazio de viver só...

Se alguém encontrou um sentido para a vida, chorou
Por aumentar a perda que se tem ao fim de tudo transformando o silencio que até então é mudo
Naquela canção,
que parece encontrar a razão
Mas que ao final se cala frente ao tempo que não para frente a nossa lucidez.

Cidadão Quem Composição: Duca Leindecker

segunda-feira, 15 de março de 2010

A Árvore da indiferença

Num bosque sem cor existe uma árvore sem vida e é nela que nasce uma fruta se cheiro, sem saber, é a indiferença.
Dela se faz o mouse de não sei, o manjar de não to nem aí e o caldo de tanto faz. Nenhum destes pratos tem gosto nem aparência, nada, mas, tudo bem, porque os que comem dela nem ligam, mesmo.
Eu particularmente odeio a árvore da indiferença e seus pratos vazios. Prefiro o doce que vem da árvore da escolha, que se faz o saboroso acerto e o nem tão bom assim, engano, mas pelo menos eu apontei e tomei uma decisão. Quebrei a cara algumas vezes, mas, as lágrimas se foram e os ensinamentos ficaram.
Deitado sob a copa da árvore da escolha pude observar cada um de seus frutos e saborear os bons e os ruins. Enquanto existirem frutos na árvore da escolha, eu estarei lá apreciando com sorriso nos lábios os sucessos e fracassos.

Allan Giovanni da Silva.

domingo, 7 de março de 2010

Ser Mulher


Bem, não faço a menor idéia de como é ser mulher, entretanto imagino que não deva ser nada fácil já que elas menstruam, ganham filhos, entre outros caprichos naturais dos quais nós homens felizmente fomos poupados.
Acredito ser mais do que justo um dia dedicado à elas. As mulheres desde que o mundo é mundo são sobrepujadas e inferiorizadas pelos homens, na Idade Média pelo menos cinqüenta mil foram mortas pela fálica, homossexual e mal amada Igreja Católica, a mesma que celebra a mulher que dá a luz ao salvador do mundo.
As mulheres sempre realizaram os mesmos trabalhos dos homens, algumas inclusive na guerra, e sempre ganharam um salário inferior.
Ter um filho penso eu, me pondo na perspectiva feminina, deve doer à beça, além de aturar os homens (incluindo eu).
Então deixo minha singela homenagem às mulheres que fazem do mundo um lugar mais doce, mais colorido, mais sorridente, mais meigo,até mais feliz.

Allan Giovanni da Silva.

terça-feira, 2 de março de 2010

Fim de papo!

Você vota em pessoas que não merecem sua confiança, acredita em coisas que na verdade não acredita, canta canções que odeia, freqüenta lugares que não gosta, anda na moda, assiste novela, segue as regras, vai à igreja, paga seus impostos, compra porcarias da que não precisa, leva uma vida normal, aos padrões sociais. Parabéns! Você não viveu! Agora pegue uma corda, passe em volta do pescoço e em torno de uma viga sólida no teto (para ter êxito) depois suba num banquinho e pule. Morrerá como um cidadão.
Quem sabe se você quebrasse as regras de vez em quando, mandasse alguém importante à merda, atravessasse fora da faixa, escrevesse uma carta cheia de palavrões pro prefeito, pichasse um muro branco.
Você não tem culpa de ser zelado pelo Grande Irmão, mas não quer dizer que precisa gostar. Pense sinceramente. Você é livre? Se sente livre? Você não tem vontade de mandar tudo às favas e sair andando? Pronto, o convite está feito.


Allan Giovanni da Silva.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Monólogo das Mãos

Para que servem as mãos?
As mãos servem para pedir, prometer, chamar, conceder,
ameaçar, suplicar, exigir, acariciar, recusar, interrogar, admirar,
confessar, calcular, comandar, injuriar, incitar, teimar, encorajar,
acusar, condenar, absolver, perdoar, desprezar, desafiar, aplaudir,
reger, benzer, humilhar, reconciliar, exaltar, construir, trabalhar, escrever......
As mãos de Maria Antonieta, ao receber o beijo de Mirabeau,
salvou o trono da França e apagou a auréola do famoso revolucionário;
Múcio Cévola queimou a mão que, por engano não
matou Porcena;
foi com as mãos que Jesus amparou Madalena;
com as mãos David agitou a funda que matou Golias;
as mãos dos Césares romanos decidiam a sorte dos
gladiadores vencidos na arena;
Pilatos lavou as mãos para limpar a consciência;
os anti-semitas marcavam a porta dos judeus com as mãos
vermelhas como signo de morte!
Foi com as mãos que Judas pôs ao pescoço o laço que os
outros Judas não encontram.
A mão serve para o herói empunhar a espada e
o carrasco, a corda; o operário construir e o burguês destruir;
o bom amparar e o justo punir; o amante acariciar e o ladrão roubar;
o honesto trabalhar e o viciado jogar.
Com as mãos atira-se um beijo ou uma pedra, uma flor
ou uma granada, uma esmola ou uma bomba!
Com as mãos o agricultor semeia e o anarquista incendeia!
As mãos fazem os salva-vidas e os canhões; os remédios
e os venenos; os bálsamos e os instrumentos de tortura,
a arma que fere e o bisturi que salva.
Com as mãos tapamos os olhos para não ver, e com elas
protegemos a vista para ver melhor.
Os olhos dos cegos são as mãos.
As mãos na agulheta do submarino levam o homem
para o fundo como os peixes; no volante da aeronave
atiram-nos para as alturas como os pássaros.
O autor do "Homo Rebus" lembra que a mão foi o primeiro
prato para o alimento e o primeiro copo para a bebida;
a primeira almofada para repousar a cabeça,
a primeira arma e a primeira linguagem.
Esfregando dois ramos, conseguiram-se as chamas.
A mão aberta,acariciando, mostra a bondade; fechada
e levantada mostra a força e o poder; empunha a espada
a pena e a cruz!
Modela os mármores e os bronzes; da cor às telas
e concretiza os sonhos do pensamento e da fantasia
nas formas eternas da beleza.
Humilde e poderosa no trabalho, cria a riqueza;
doce e piedosa nos afetos medica as chagas, conforta
os aflitos e protege os fracos.
O aperto de duas mãos pode ser a mais sincera confissão
de amor, o melhor pacto de amizade ou um juramento
de felicidade.
O noivo para casar-se pede a mão de sua amada;
Jesus abençoava com a s mãos;
as mães protegem os filhos cobrindo-lhes com as
mãos as cabeças inocentes.
Nas despedidas, a gente parte, mas a mão fica,
ainda por muito tempo agitando o lenço no ar.
Com as mãos limpamos as nossas lágrimas e as lágrimas alheias.
E nos dois extremos da vida, quando abrimos os olhos para o mundo e quando os fechamos para sempre ainda as mãos prevalecem.
Quando nascemos, para nos levar a carícia do primeiro beijo, são as mãos maternas que nos seguram o corpo pequenino.
E no fim da vida, quando os olhos fecham e o coração pára, o corpo gela e os sentidos desaparecem, são as mãos, ainda brancas de cera que continuam na morte as funções da vida.
E as mãos dos amigos nos conduzem...
E as mãos dos coveiros nos enterram!

de Ghiaroni

domingo, 14 de fevereiro de 2010

“Mas que sujeito chato sou eu que não acha nada engraçado.”

Acredito que das coisas que existem no mundo, eu conheço algumas, claro tem sei lá, alguma dança lá dos Bálcãs que eu nunca vi e não sei se gosto ou não. Mas costumo saber diferenciar a coisas que me agradam das coisas que não me agradam, e tem muito mais coisas que eu não gosto do que coisas que gosto.
Lembrei disso por que estamos no carnaval e eu não gosto nada de carnaval. Música ruim, estereótipos vindo a tona mulatas, pierrôs, baianas e aquele terrível sensação de que não há nada de errado no Brasil durante o carnaval. Acho disperdício de um monte de coisas, inclusive de bom senso. Como o futebol, que por sinal também não gosto, ele funciona no mesmo modelo romano do pão e vinho, para distrair as massas de modo que elas não tenham consciência política.
Não gosto de samba, nem de pagode, mas também não gosto de sertanejo, universitário ou não, nem de funk, maxixe (não sei o que é) nem de bossa nova nem de dance, nem eletrônico. Impressionante, como sou chato, não gosto de quase nada!
Quer um conselho? Aproveite o carnaval pra ler um bom livro!

Allan Giovanni da Silva.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O cidadão de bem


O cidadão de bem vai à igreja, usa gravata. O cidadão de bem vê o Jornal Nacional e lê a Veja (adora o Mainardi). Ele esconde seus defeitos e faz hora extra pra pagar o carro que tem de ser melhor do que o do vizinho. O cidadão de bem gasta bastante dinheiro pra manter seus pais no asilo, e os filhos em uma escola particular, o filho precisará ser doutor e respeitado como ele.
O cidadão de bem é anti-comunista, estes são vagabundos que tomarão a sua casa, ele tem uma arma pra proteger sua família dos pobre que estão sempre a espreita. O cidadão de bem é homofóbico e racista. Ele é a favor de pena de morte e quer o exército na rua, ele acredita na ordem e no progresso. Tenho medo do cidadão de bem... Não, não... Tenho pena do cidadão de bem.

Allan Giovanni da Silva.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Bem-vindo ao século XXI

Pensando na tecnologia que dispomos hoje fico boquiaberto com a capacidade mental humana.
Há alguns anos levaríamos dias para viajar entre São Paulo e Santos, por exemplo, hoje se faz em poucas horas se o trânsito estiver bom. Até mesmo entre a colônia do Dr. Otto Blumenau e a capital Desterro (atual Florianópolis) se demorava muito tempo.
Em horas também se vai à Europa que já se levou meses pra chegar e antes disso nem mesmo se conhecia.
As minhas surpresas não param por aí, quando penso na comunicação, por exemplo. No século XVI se levava meses para ter uma carta entregue a alguém no velho continente. Nos dias de hoje você escreve, ou fala e vê a outra pessoa em tempo real, que pode estar em qualquer parte do globo terrestre.
Minha mente fértil me faz pensar crer que Odisséias no Espaço como sonhou Stanley Kubrick para 2001 não podem estar longe de serem alcançadas. Carros voadores já ocupam galpões de engenharia, clonagem humana não surpreende mais ninguém, as conversas no estilo Star Wars viraram o nosso querido MSN, até mesmo máquinas do tempo não são tão impossíveis assim, viver 200 anos, nanotecnologia, nada mais parece impossível para a ciência.
Bom, pra finalizar só posso dizer: caramba! Espero que o Admirável Mundo Novo sonhado por Aldous Huxley não devore o novo deus que o homem está se tornando.


Allan Giovanni da Silva.

domingo, 31 de janeiro de 2010

The king!

O cara mexia a pélvis feito louco, muitos duvidavam de sua masculinidade, mas a maioria simplesmente o achava pretensioso. Um charme canastrão que enlouquecia as mocinhas bem nascidas.
Ele foi um dos primeiros a levantar uma bandeira tão mal quista, o tal de Rock n’ Roll, mistura de música de pessoas incultas que era o Coutry, coisa de Cawboy e a indecência dos negros. Porém o rebolado do senhor Presley causou uma verdadeira revolução nos conceitos de moral das famílias cristãs norte americanas.
Elvis era o namorado que qualquer mulher gostaria de ter e era cara que todos os homens gostariam de ser.
Ele se tornou um símbolo não de luta contra nada, mas de espontaneidade, de fazer o que quer. Era um homem que rebolava, que usava roupas coloridas, óculos escandalosos.
“Elvis não morreu” por que as mocinhas ainda o acham um gatão, meninas de quinze anos o adoram e mulheres mais velhas inclusive minha mãe. Elvis não morreu por que o estilo dele influenciou o mundo, Elvis não morreu por que a contribuição dele para o Rock é única. Bom, Elvis não morreu!

Allan Giovanni da Silva.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Declaração de Amor

(e o poeta cai na armadilha)

Ó maravilha! Voará ainda?
Sobe e as suas asas não se mexem?
Quem é então que o leva e faz subir?
Que fim tem ele, caminho ou rédea, agora?

Como a estrela e a eternidade
Vive nas alturas de que se afasta a vida,
Compassivo, mesmo para com a inveja...
E quem o vê subir sobe também alto.

Ó albatroz! Ó minha ave!
Um desejo eterno me empurra para os cimos
Pensei em ti e chorei.
Chorei mais e mais... Sim, eu amo-te!

Friedrich Nietzsche, in "A Gaia Ciência"

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A culpa é delas!

O charme feminino é algo que ainda me deixa espantado, impressionante a capacidade feminina de convencer os homens a fazer coisas que nem sempre ele quer fazer. O poder feminino, porém se realiza apenas em fase através do charme, depois de dez anos de casados, a mulher passa a mandar mesmo e o pior, o homem obedece, retruca, mas obedece.
Uma piscadinha e pronto o cara se derrete todo, não é à toa que a Bíblia culpa a mulher por tudo. Foi ela, na figura de Eva que convenceu o pobre do Adão a comer do fruto da arvora proibida. Pô uma mulher pelada oferecendo algo pro sujeito ele não poderia dizer não, se fosse uma cerveja então...
Foi culpa da Pandora, que todos os males assombraram a Terra e foi por culpa de Helena, que Tróia foi destruída.
A Inquisição foi levada a cabo por que o charme feminino não funciona nos gays, a Igreja estava recheada deles.
Não sou machista pelo contrário, sou a favor das mulheres, uma mulher que sabe do que é capaz, pode tirar um homem do seu campo de gravitação. Mulheres são inteligentes, fortes e capazes de coisas incríveis, e nós? Bom, nós somos criaturas que amam as mulheres, uma mulher! Só uma.
Allan Giovanni da Silva

Conheça-te a ti mesmo

O autoconhecimento tem grande importância, sabedoria grega já dizia há cerca de dois mil e quinhentos anos atrás, não se tornou ensinamentos de velhos liceus nem está completamente descartado, nos dias atuais, muito pelo contrário, parece-me muito na moda nos dias atuais, acompanhando a tendência da filosofia oriental.
Muito embora eu ache modismos algo um tanto perigoso, por outro lado acho também importantes que as pessoas procurem conhecer a si próprias.
O provérbio diz: “conheça-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo”. Essa proposta é libertadora, pois sugere que os “deuses” estão dentro de cada indivíduo, mas apenas se você decidir ter um deus. O autoconhecimento serve pra que você saiba quem é sozinho, longe de influências externas como família, igreja, partido políticos.
Particularmente, ficar sozinho e pensar no funcionamento da vida e nas coisas do universo é uma prática cistante pra mim, às vezes é doloroso desligar-se de velhos conceitos, porém a vida é algo mutável e a personalidade vai mudando também com a chegada da idade.
Creio que a reflexão nos ajuda a fazer as escolhas mais racionais e apropriadas, inclusive em longo prazo. Então pense, senão alguém acabará pensando por você.

Allan Giovanni da Silva

domingo, 24 de janeiro de 2010

A mulher que eu amo

A mulher que eu amo
Tem a pele morena
É bonita, é pequena
E me ama também

A mulher que eu amo
Tem tudo que eu quero
E até mais do que espero
Encontrar em alguém

A mulher que eu amo
Tem um lindo sorriso
É tudo que eu preciso
Pra minha alegria

A mulher que eu amo
Tem nos olhos a calma
Ilumina minha alma
É o sol do meu dia

Tem a luz das estrelas
E a beleza da flor
Ela é minha vida
Ela é o meu amor

A mulher que eu amo
É o ar que eu respiro
E nela eu me inspiro
Pra falar de amor

Quando vem pra mim
É suave como a brisa
E o chão que ela pisa
Se enche de flor

A mulher que eu amo
Enfeita a minha vida
Meus sonhos realiza
Me faz tanto bem

Seu amor é pra mim
O que há de mais lindo
Se ela está sorrindo
Eu sorrio também

Tudo nela é bonito
Tudo nela é verdade
E com ela eu acredito
Na felicidade

Tudo nela é bonito
Tudo nela é verdade
E com ela eu acredito
Na felicidade...

Roberto Carlos

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Música de velho e música de jovem

Quando eu era criança existiam basicamente dois tipos de músicas, as músicas apreciadas pelos mais velhos e as música barulhentas da gurizada.
Naquela época o tal do Rock N’ Roll era música da moçada e sertanejo era o que os velhos ouviam.
Está certo aquele que diz que o mundo está louco, por que os jovens de hoje adoram Vitor e Léo, Fernando e Sorocaba, Hugo pena e Gabriel. (peguei esses nomes no Google). Hoje o que era música de jovens rebeldes como Black Sabbath, ACDC, Iron Maiden, Pink Floyd, Led Zeppelin, Beatles, Ramones, entre outras grande lendas vivas e mortas do sub-mundo do Rock N’ Roll hoje tem seus vinis vendidos em sebo para senhores de meia idade nostálgicos, que apontam:
- Olha, filhão The Door!
- Não pai eu gosto é de sertanejo, pô!
Ta certo respeito o gosto da moçada, blá, blá, blá, mas não os entendo, cadê a rebeldia? os cabelões? Allstar? Jeans rasgado? Tattos? E cara de mau?
Acho que a tendência é que cada geração seja mais calma pacífica e isso é legal.
Pode me chamar de Dinossauro, mas fui batizado com cerveja em nome do Deuses do Rock N’ Roll!
Allan Giovanni da Silva.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A religião pra mim

Na infância às vezes íamos na igreja, meu pai acordava todo mundo cedo no domingo e lá estamos ainda que sonolentos ouvido o sermão do padre.
Um belo dia fui matriculado na catequese com o firme propósito de aprender a doutrina da Santa Madre Igreja Católica e de ganhar uma bicicleta no dia da comunhão. Isso demorou dois anos, mais dois anos pra fazer crisma e ganhar um relógio que, aliás, uso até hoje lá se vão catorze anos. Depois de tudo isso passei a freqüentar a missa sempre que minha mãe permitia, ia sozinho mesmo e gostava.
Mas no fundo em tinha muitas dúvidas, mas minha fé era superior a tudo isso.
Um belo dia na quinta série tive aula com um cara muito louco, Laércio, professor de História, ele tinha uma gana, uma paixão falava com intensidade, em pouca palavras o cara era doido e eu fiquei fascinado pela mente doentia daquele cara. Ele fava da igreja como eu nunca tinha ouvido falar, tudo que era sagrado pra mim passou a ser a perder o valor. Aos pouco fui parando de ir à igreja.
Comecei a estudar religião por conta própria e comece a ver que a Igreja não era a única a dizer a “verdade”, mas todas diziam, estudei com mais afinco as religiões orientais e mais ainda o budismo, mas também o xintoísmo, taoísmo, Islã, judaísmo, religiões afro evangelismo carismático, protestantismo espiritismo e até satanismo.
Quando fui pra universidade estudar história resolvi que me livraria do resto de religiosidade que restava em mim. Isso significava que Deus não mais existiria para mim.
Hoje me considero ateu livre de religiosidade, mas não livre de conceitos cristãos que acabam por pautar a sociedade ocidental moderna.
Ensino e discuto religião usando unicamente a razão, sem emoção ou qualquer questão pessoal, o meu ponto de vista coloca todos os segmentos religiosos num pé de igualdade. Acredito na liberdade plena de se acreditar no que quiser e também em não acreditar.
Allan Giovanni da Silva.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Abrindo o coração

Essa garota, essa mulher apareceu e mexeu na minha estrutura de tal maneira que não eu não pude correr nem me esconder, me apaixonei por ela. Mas eu era jovem, nerd e incapaz de dizer o que sentia. Ela acabou por sumir da minha vida, o tempo passou, mas, quando parava pra avaliar a minha vida, este ponto sempre me pareceu um pouco sombrio. Sentia como se algo precisasse ser resolvido, alguma coisa inacabada.
O mundo dá voltas e depois de quase cinco anos voltamos a nos encontrar, as coisas mudaram um pouco, mas eu tenho agora a chance de dizer, o que eu sempre quis e se não posso mudar o passado como diz um velho ditado, posso começar agora e fazer um final diferente.
Basicamente eu sou um cara que perdeu uma garota há muito tempo e agora reencontrou. Bem neste momento eu não desejo nada além dela. Não quero mais nada que não seja em beijo, um afago, um carinho um mimo. Sou carente. Se vai durar pra sempre não sei, mas gosto dela, a vida dá voltas mas quando estamos juntos parece que o tempo corre mais rápido e tudo flui tão bem entre a gente que esqueço de todo o resto.
De todas que já passaram e que poderiam passar na minha vida, todo o resto parece perder o sentido.
Me sinto de novo o garoto de dezessete anos apaixonado pela primeira vez, e esta é a minha cartinha de amor, tão bobinha, mas sincera como nunca.
Allan Giovanni da Silva.

Ética e Estética

Alguns cursos, como Artes e Publicidade costumam ter uma disciplina que associa e discute a questão de ética e estética, mas a pergunta que fica é seguinte: como é possível ligar dois conceitos tão diferentes?
No dicionário de Silveira Bueno encontramos as seguintes definições: estética: Filosofia das Belas Artes, ciência que trata do belo; conjunto de serviços tratamentos e produtos para cuidar da aparência: cosmética. Ética: parte da Filosofia que discute os deveres do homem para com Deus e sociedade: doentologia, ciência da moral, conjunto de regras que orientam a conduta em uma atividade profissional.
Creio que tais definições sevem para pensarmos as maneiras de como as pessoas pensam as questões do aspecto físico nos dias atuais.
Cada dia que passa homens e mulheres se conectam como mais força às questões de beleza física, podemos ver academias de ginástica lotadas, como verdadeiras linhas de produção de corpos perfeitos. Nos dias atuais são realizadas cirurgias que antes só imaginávamos sendo feitas pelo cientista maluco do Pica-Pau, tamanha estranheza que tais intervenções me causam. Fio de ouro? Métodos Russos? Botox, que parece que a vítima foi picada por uma cascavel.
Enfim, não há limites para ficar bonitos, é nesse ponto que queria chegar, onde não há limites para a ciência, então entram as perguntas éticas: será que um cirurgião plástico que fez o juramento hipocrático deve operar alguém que não necessita de intervenção? Acho que a questão mais importante é ainda mais básica; será que a busca por impressionar os outros com atributos físicos não é um tanto vago? Em meio a tantas maneiras de se destacar onde fica o respeito pelo próprio corpo?
Penso particularmente que quando a busca é por conhecimento, é muito mais duradouro, pois a pele ficará flácida, os cabelos brancos e os ossos fracos, mas o conhecimento apenas será aprimorado com o tempo. Velhos e feios todos seremos mas a pergunta é: que tipo de velho você vai querer ser?

Allan Giovanni da Silva

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Garotos

Seus olhos e seus olhares
Milhares de tentações
Meninas são tão mulheres
Seus truques e confusões
Se espalham pelos pêlos
Boca e cabelo
Peitos e poses e apelos
Me agarram pelas pernas
Certas mulheres como você
Me levam sempre onde querem

Garotos não resistem
Aos seus mistérios
Garotos nunca dizem não
Garotos como eu
Sempre tão espertos
Perto de uma mulher
São só garotos
Perto de uma mulher
São só garotos

Seus dentes e seus sorrisos
Mastigam meu corpo e juízo
Devoram os meus sentidos
Eu já não me importo comigo
Então são mãos e braços
Beijos e abraços
Pele, barriga e seus laços
São armadilhas e eu não sei o que faço
Aqui de palhaço, seguindo os seus passos

Garotos não resistem
Aos seus mistérios
Garotos nunca dizem não
Garotos como eu
Sempre tão espertos
Perto de uma mulher
São só garotos
Perto de uma mulher
São só garotos

Se espalham pelos pêlos
Boca e cabelo
Peitos e poses e apelos
Me agarram pelas pernas
Certas mulheres como você
Me levam sempre onde querem

Garotos não resistem
Aos seus mistérios
Garotos nunca dizem não
Garotos como eu
Sempre tão espertos
Perto de uma mulher
São só

Garotos não resistem
Aos seus mistérios
Garotos nunca dizem não
Garotos como eu
Sempre tão espertos
Perto de uma mulher
São só garotos
Perto de uma mulher
São só garotos
Perto de uma mulher
São só garotos

Leoni

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Boçais, Babacas e Banais

O ano não começaria direito sem o tão esperado BBB, o povo na televisão, fazendo coisas do dia-a-dia. No programa os “brothers” criam seus grupos, criam personagens que não conseguem manter por muito tempo. As pessoas se traem umas às outras, a final de contas tem um milhão em jogo, pra essas pessoas nenhum amor nenhuma amizade vale tanta grana ou uma capa da Playboy, um ponta no Zorra Total.
Aparecer, essa é a máxima, ser artista, afinal é isso que importa mostrar aos simples mortais do que as pessoas são capazes de fazer auxiliados pela mídia. Do anonimato ao estrelato em pouquíssimo tempo e depois de novo ao anonimato.
É mais ou menos assim a vida de celebridade, muito embora eu ache muito mais célebre alguém que lute contra a fome, injustiça, ignorância.
Mas “dê ao povo o que é do povo” e é isso que a massa gosta ver pessoas se digladiando por dinheiro, se humilhando como ratos enjaulados, parecendo uma experiência de algum cientista demente.
Tudo bem se eu não gosto de BBB e não assista sob nenhuma circunstância, tem um montão de gente que adora. “Mas que sujeito chato sou eu que não acha nada engraçado”, como dizia Raul, é ele tem razão, sem graça... Nenhuma.
Bom, é hora de voltar para os meus livros

Allan Giovanni da Silva.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Dormir?

“Eu, eu ando de passos leves pra não acordar o dia, sou da noite, o companheiro mais fiel que ela queria.”
Essa frase de Raul Seixas tem me definido muito bem nos últimos tempos. Meu cérebro funciona à toda velocidade durante a noite, por isso costumo ter pesadelos enquanto que de manhã sinto sono e demoro pra entrar no esquema.
A combinação de pensamentos e excesso e cafeína é mortal para o meu sono, então passo as madrugadas fazendo coisas: como por exemplo escrevendo como agora que o relógio marca 1:54 da manhã, de pois verei um filme, ou vou escutar rádio, quem sabe ler ou escrever em velho caderno que tenho.
Nos últimos tempos dormir tem sido sinônimo de pesadelos dos mais diversos tipos. Na verdade eu gosto de dormir, mas acho a noite algo fascinante e estar trabalhando enquanto todos dormem me soa como algo quase ilegal, como que se escrever de dia não tivesse o mesmo valor que tem a escrita da madrugada. Mas creio que tem algo de especial, não sei ao certo se é o sereno da noite, mas certamente o silêncio mortal é inspirador para um escritor solitário, que o faz de outra maneira.
Você precisa concordar comigo que dormir é um desperdício tempo, considerando a infinidade de coisas que podemos fazer na escuridão enquanto todos dormem.
Termino este breve texto com outra canção, por que daqui algumas horas “o mundo inteiro acorda e a gente dormir, dormir.”

Allan Giovanni da Silva.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Poema

Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo
Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás

Composição: Cazuza / Frejat

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Estranho, muito estranho!

O frio da madrugada me fez fechar o zíper da jaqueta e a chuva que começava a cair deixava mais dura a noite na recepção do Hospital Santo Antônio.
Sentei no grande sofá e fiquei analisando as fotos na parede que exibia freiras em seus trajes brancos de doer os olhos.
Viajei um pouco na história daquele lugar pensando nas dificuldades da vida no século XIX.
Senti levemente alguém se aproximar de mim dizendo:
- Impressionante, não?
Voltei meu rosto para ver quem se dirigia a mim. Era um homem magro, muito alto, com olhos grandes e negros. Trajava um terno preto, porém se gravata, mas seu paletó era elegante.
O homem então disse:
- Que noite hein?
-É!
Respondi sem querer conversa.
- Sabe? Eu costumo pensar muito sobre a vida e também sobre a morte...
- Sei, falei sem interesse.
Sabemos que homens nascem e sabemos que morrerão, mas nesse meio tempo a vida é uma surpresa e cada um vive como melhor lhe convir.
-Ótimo, me sentei ao lado de um doido!
- Veja, este lugar é um verdadeiro templo não acha?
Esbocei um sorriso fraco, enquanto abria uma revista Caras, que exibia uma foto da filha da Xuxa sorridente.
O homem me olhou como quem esperava uma aprovação para continuar falando.
Fechei a revista que de qualquer modo não me interessava e voltei a atenção para o velho.
- Templo?
Perguntei de modo ríspido.
- O senhor é algum tipo de padre ou pastor? Por que eu não estou muito a fim de discutir religião, são duas e meia da manhã e...
O homem de terno interrompeu dizendo:
- Sacerdote, eu, ora meu jovem não seja tolo, esse é o limite da sua visão?
E não sabia mais o que dizer, aquele homem devia ter fugido da ala psiquiátrica ou sei lá.
- Você já parou para questionar os limites da mente humana?
Eu sinceramente não tinha resposta para aquela pergunta.
- Parou para pensar no que é real e o que não?
O homem se levantara e agora falava em tom solene.
- Meu jovem você conhece os limites entre o natural e o sobrenatural?
- Acredita em destino?
- As pessoas fazem coisas, meu rapaz, por que devem ser feitas!
O homem falava alto num hospital, seus olhos negros como a noite e frios, agora brilhavam quase demoníacos.
Eu começava a ficar enfeitiçado, como se eu estivesse naquele lugar por algum motivo e tudo, parecia estar começando a fazer sentido.
Eu não sabia por que estava ali, nem quem era aquele homem.
Me aproximei dele lentamente e olhando no fundo dos olhos frios perguntei?
Quem é o senhor? O que quer de mim?
Um sorriso sádico apareceu no rosto do velho.
-Eu... Eu sou a morte!
Um arrepio frio subia pela minha espinha.
E vim aqui para te buscar!
Um silêncio mórbido se fez, o relógio marcava três horas da manhã em ponto e era como se o tempo tivesse parado.
Quando um enfermeiro entrou no corredor lateral, senti com se a sanidade voltasse à minha mente corrompida por um louco.
- Fique longe de mim seu doido!
Falei em tom de fúria
- Se não acredita, veja com seus próprios olhos.
Falou a morte apontando para a maca agora parada no fim do corredor. O lençol estava sujo de sangue, destampei o rosto do cadáver num só movimento e lá esta eu encarando meu próprio rosto! Eu estava morto.
Acordei então num sobressalto. Tinha a respiração ofegante e o peito suado, o relógio marcava três horas da manhã.
Ainda não, pensei, ainda não!

Allan Giovanni da Silva

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Tu vai te chamar Luis Inácio!

O homem nasceu no semi-árido brasileiro. Seus pais morreram sem saber ler nem escrever.
O menino ganhou um nome pomposo para alguém que poderia passar a vida criando cabras, mas ele foi pra São Paulo e nem por isso a vida foi mais fácil.
Ele sonhava se tornar operário, mas acabou indo um pouco mais longe.
Ele odiava política e adorava novela, mas um dia, por pura obra do destino, o menino miserável do semi-árido, aquele sem futuro, decidiu lutar, mas lutou não só por ele, mas lutou pelos trabalhadores, por aqueles que fazem esse país funcionar. Por aqueles que se sujam, que se ferem. Lutou por que acreditava. Foi preso apanhou, perdeu muitas vezes, até que começou a ganhar e mostrou que o Brasil é feito pelo povo.
O Menino do semi-árido, o Luis Inácio, virou Lula, que virou operário, que virou sindicalista que virou presidente que virou mito!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O Quereres

Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão

Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói

Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock’n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
E onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus

O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há e do que não há em mim

Caetano Veloso

O cheiro da vida

As pessoas costumam rir quando digo que situações têm cheiro, mas acho que é verdade.
A madrugada tem cheiro, sim, às três da manhã tem um aroma que não se sente às dez da noite. O inverno tem um cheiro limpo. Quando começa a chover e a terra se encharca, exala um odor incrível.
Sempre achei que o natal tem um cheiro diferente, simplesmente cheiro de natal, mas páscoa também tem cheiro, e esse é forte e especialmente agradável.
Acho que os cheiros são fascinantes porque estão intimamente ligados à memória. Um aroma pode te fazer lembrar-se de uma pessoa especial, de uma situação determinada, de uma época da infância, de um único dia da tua vida, mas que o destacou de todos os outros. O cheiro pode fazer isso.
O bolinho da vovó, o cheiro de mato, de uma pessoa.
O que sugiro, é que apuremos todos os nossos sentidos, desse modo a vida passa a ser mais intensa!

Allan Giovanni da Silva

domingo, 3 de janeiro de 2010

Anarquizar é preciso!

Filhos da puta que só querem poder enquanto o trabalhador toma ônibus lotado, se fode oito horas em uma fábrica imunda, pra não passar fome. Um país onde quase metade da comida produzida vai pro lixo. Onde a vida de um cão vale mais do que a e de uma criança. Parece que nada se aprende. Médicos querem fazer cirurgia plástica, professores cagam pra educação, políticos enfiam dinheiro nas cuecas, e geração pós geração de idiotas são formadas diante da tela da TV Globo, sendo cultivadas por Walter Ostermann e Datena.
Ta na hora desse povo tomar vergonha na cara! Lutar pelos seus direitos, tirar a bunda do sofá. Não! Você não é muito velho pra isso!
Vamos fechar o trânsito! Parar as fábricas, as escolas! Acampar na frente da casa do prefeito!
Aí veremos se o transporte não melhora, se o posto de saúde não tem remédio!
Ser desordeiro é feio, claro que não! Feio é ser omisso, feio é ser vaquinha de presépio. É pagar impostos e não ter direito a nada! Vamos mostrar que é que manda nessa porra!
Não gostou foda-se!
Allan Giovanni da Silva

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Apenas um velho!

Hoje eu sou apenas um velho
Um contador de histórias
Um jogador de dominó
Mas eu já fui jovem,

Já tive um potencial,
Já sonhei com um mundo mais justo
Já foi um visionário
Já lutei pelo que achei ser certo

Mas hoje eu sou apenas um velho
Um velho que tem dores nas contas,
Que usa pijama,
Mas eu já usei os punhos,

Já apontei o dedo
Já usei minha fúria
Hoje eu uso bengala
E tomo remédios

Já fui de esquerda
Já matei Deus
Amei uma mulher
Odiei muitos homens
Mas hoje sou um velho
Com um coração de jovem
Um jovem no corpo de velho

Allan Giovanni da Silva