segunda-feira, 27 de junho de 2011

Um cara nostálgico



Todos nós temos formas diferentes de lidar com o tempo passado. Mas eu não sei fazer isso direito. Pensei que estudar história fosse resolver meu problema, ledo engano. O passado não pode ser deixado para trás, quando você não busca o passado ele vem atrás de você.
Eu não sou capaz de nem sequer de ver uma foto de um tempo bom que sei que não volta. Isso causa dor. Não consigo lembrar coisas boas, sabendo que nunca mais retornarão.
Embora o passado seja por vezes atormentador ele também não me permite eliminar nada que me ligue a ele, por isso tenho caixas e mais caixas com fotografias e todo tipo de coisa que me ligue ao passado, mesmo sendo ele o mais sombrio.
Prezo o passado até mais do que ele merece, gosto da saudade, gosto até do sofrimento. Vejo poesia em tudo isso. Tudo parece mais simples no passado. O futuro é nebuloso, o passado ainda ruim é claro, resolvido até certo pronto.
Essa nostalgia é um estado de melancolia causada pela falta de algo ou de muita coisa que dá sentido à nossa vida ...


Allan Giovanni da Silva.

A educação laica no Brasil


As pessoas me perguntam como é trabalhar Ensino Religioso, bom na verdade não é nada fácil. Em uma sala de trinta crianças, temos alunos dos mais variados tipos de credos e também aqueles que não acreditam e é preciso trabalhar de modo científico sem agredir nenhum lado e ainda lutar para diminuir o preconceito.

O Estado é laico, não tem compromisso com nenhuma igreja ou segmento religioso. Lembro quando o papa veio ao Brasil e pediu ao então presidente Lula para que o catolicismo voltasse às escolas, Lula respondeu que o Estado brasileiro é laico. Concordo plenamente acho que o conhecimento não pode sucumbir à fé. São coisas diferentes, não opostas, mas merecem ser vistas de modo cuidadoso.

Então nunca, sob nenhuma circunstância nenhum aluno me viu ou verá fazendo apologia sobre qualquer segmento religioso, pra mim todos são iguais, merecedores de nosso respeito de nossa crítica.


Allan Giovanni da Silva.

sábado, 25 de junho de 2011

Criança e velho




Tem dias que acordo me sentindo com dez anos de idade, com vontade de correr, de pular, de brincar, como se a vida estivesse apenas no começo. Como se não existissem os problemas e as frustrações da vida adulta.
Outros dias, porém apenas sento na varanda, acendo meu velho cachimbo de madeira e fico pensando nos tempos passados.
Acredito que a vida tem sua beleza em cada período, a esperança da criança e a experiência do velho. Não podemos deixar nada de lado. Agir com a energia do menino e com o cuidado do idoso.
A vida segue seu curso natural, e nos molda através do tempo. Faça o que você tem de fazer, experimente a vida. Ria, chore, sofra, mude cometa novos erros, aprenda e se fortaleça. Pra chegar no fim da vida com dignidade.


Allan Giovanni da Silva.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

CACHORRO URUBU








Baby, essa estrada



é comprida



Ela não tem saída



É hora de acordar



Pra ver o galo cantar



Pro mundo inteiro escutar



Baby a estória é a mesma



Aprendi na quaresma



Depois do carnaval



A carne é algo mortal



Com multa de avançar sinal



Todo jornal que eu leio



Me diz que a gente já era



Que já não é mais primavera



Oh baby, oh ba...by



A gente ainda nem começou



Baby o que houve na trança



Vai mudar nossa dança



Sempre a mesma batalha



Por um cigarro de palha



Navio de cruzar deserto



Todo jornal que eu leio



Me diz que a gente já era



Que já não é mais primavera



Oh, baby, oh baby



A gente ainda nem começou



Baby isso só vai dar certo



Se você ficar perto



Eu sou índio Sioux



Eu sou cachorro urubu



Em guerra com Zéu!



Autor: Raul Seixas

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Você é linda



Fonte de mel

Nos olhos de gueixa

Kabuki, máscara

Choque entre o azul

E o cacho de acácias

Luz das acácias

Você é mãe do sol

A sua coisa é toda tão certa

Beleza esperta

Você me deixa a rua deserta

Quando atravessa

E não olha pra trás
Linda

E sabe viver

Você me faz feliz

Esta canção é só pra dizer

E diz

Você é linda

Mais que demais

Vocé é linda sim

Onda do mar do amor

Que bateu em mim
Você é forte

Dentes e músculos

Peitos e lábios

Você é forte

Letras e músicas

Todas as músicas

Que ainda hei de ouvir

No Abaeté

Areias e estrelas

Não são mais belas

Do que você

Mulher das estrelas

Mina de estrelas

Diga o que você quer
Você é linda

E sabe viver

Você me faz feliz

Esta canção é só pra dizer

E dizVocê é linda

Mais que demais

Você é linda sim

Onda do mar do amor

Que bateu em mim
Gosto de ver

Você no seu ritmo

Dona do carnaval

Gosto de ter

Sentir seu estilo

Ir no seu íntimo

Nunca me faça mal
Linda

Mais que demais

Você é linda sim

Onda do mar do amor

Que bateu em mim

Você é linda

E sabe viver

Você me faz feliz

Esta canção é só pra dizer

E diz


Caetano Veloso


Dedico esta canção inteiramente à Senhorita Larissa, merecedora de meu carinho e linda como uma noite de luar

terça-feira, 21 de junho de 2011

O tigre




Tigre, tigre que flamejas
Nas florestas da noite.
Que mão que olho imortal
Se atreveu a plasmar tua terrível simetria?

Em que longínquo abismo, em que remotos céus
Ardeu o fogo de teus olhos?
Sobre que asas se atreveu a ascender?
Que mão teve a ousadia de capturá-lo?
Que espada, que astúcia foi capaz de urdir
As fibras do teu coração?

E quando teu coração começou a bater,
Que mão, que espantosos pés
Puderam arrancar-te da profunda caverna,
Para trazer-te aqui?
Que martelo te forjou? Que cadeia?
Que bigorna te bateu? Que poderosa mordaça
Pôde conter teus pavorosos terrores?

Quando os astros lançaram os seus dardos,
E regaram de lágrimas os céus,
Sorriu Ele ao ver sua criação?
Quem deu vida ao cordeiro também te criou?

Tigre, tigre, que flamejas
Nas florestas da noite.
Que mão, que olho imortal
Se atreveu a plasmar tua terrível simetria?


William Blake

segunda-feira, 20 de junho de 2011

As mulheres que falam com os olhos



Sempre reparei muito no olhar das mulheres, me interesso por isso. Não me importa a cor necessariamente nem mesmo o formato, acho, porém que os olhos mostram seus desejos, intenções e anseios. Eles são capazes de dizer o que a boca não pode, de mostrar o que o corpo não mostra e insinuar o que os gestos não insinuam.
Reforço o que digo usando como exemplo as mulheres que pouco podem se expressar de outra maneira. As árabes que cobre quase cem por cento do corpo, mas que trazem nos olhos o que não podem dizer.
Até mesmo as que podem e falam, guardam neles certos mistérios.

Allan Giovanni da Silva.

A coisa



Tudo que fiz não pode ser desfeito
Tudo que disse não pode ser esquecido
O tempo não volta
As pessoas não voltam
Melhor assim?

Tornei-me meu melhor inimigo
Ou seria meu pior amigo?
Um monstro a ser caçado
Uma coisa a ser abandonada

Uma criatura que vive num aquário
Algo frio, asqueroso
Estranhamente atraente
Repulsivo por si só

Ou seria um deformado num porão
Que todos repudiam
Mas tem pena de matar
Fiz coisas e estou virando algo


Allan Giovanni da Silva.

De que serve a Bondade





1-De que serve a bondade

Se os bons são imediatamente liquidados, ou são liquidados

Aqueles para os quais eles são bons?

De que serve a liberdade

Se os livres têm que viver entre os não-livres?

De que serve a razãoSe somente a desrazão consegue o alimento de que todos necessitam?

2-Em vez de serem apenas bons, esforcem-se

Para criar um estado de coisas que torne possível a bondade

Ou melhor: que a torne supérflua!

Em vez de serem apenas livres, esforcem-se

Para criar um estado de coisas que liberte a todos

E também o amor à liberdade

Torne supérfluo!

Em vez de serem apenas razoáveis, esforcem-se

Para criar um estado de coisas que torne a desrazão de um indivíduoUm mau negócio.


Por Bertold Brecht

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Os Discípulos de Chaplin



Já escrevi sobre o homem e o quanto ele foi inovador, mas agora quero falar um pouco do que tenho observado de Chaplin sem ser exatamente Chaplin, mas sim na sua herança como ator.
Além dos contemporâneos de Chaplin como: Os Irmãos Marx, Os Três Patetas, O Gordo e o Magro, tivemos nos anos 60 um homem chamado Jerry Lewis um comediante que fazia rir com um abanar de braços. Assim como Chaplin ele também dirigia e produzia seus filmes, a comédia visual sempre foi seu forte.
Fora do cenário de Hollywood penso em vários outros que com personagens simples, normalmente pobres e vagabundos e que como o Chaplin fizeram carreira. Um deles foi Renato Aragão, o Didi que com meias furadas e piruetas ganhou as graças do público junto com Os Trapalhões. Roberto Bolaños, outro comediante que usava os mesmos artifícios que Chaplin sendo pobre, porém cômico e às vezes indo rapidamente ao drama esse é o Chaves.
Nos dias de hoje temos Jim Carrey que surgiu para p grande público em 1994 em O Máskara e até hoje continua fazendo rir com um gesto simples.
Todos esses grandes nomes servem para nos mostrar o quão grandioso é o cinema e que Chaplin foi mais do que um ator.

Allan Giovanni da Silva.

domingo, 12 de junho de 2011

Te és o M.D.C da minha vida




























Tu és o grande amor




Da minha vida



Pois você é minha querida




E por você eu sinto calor




Aquele seu chaveiro




Escrito "love"




Ainda hoje me comove



Me causando imensa dor Dor!...




Eu me lembro




Do dia em que você



Entrou num bode



Quebrou minha vitrola



E minha coleção



De Pink Floyd...




Eu sei!Que eu não vou ficar



Aqui sozinhoPois eu sei




Que existe um careta



Um careta em meu caminho...




Ah!Nada me interessa



Nesse instante






Nem o Flávio Cavalcanti



Que ao teu ladoEu curtia na TV, na TV...




Nessa sala hoje



Eu peço arrêgo




Não tenho paz




Nem tenho sossego




Hoje eu vivo somente






A sofrer! A sofrer!...




E até!Até o filme




Que eu vejo em cartaz




Conta nossa história




E por isso, e por isso






Eu sofro muito mais...




Eu sei!




Que dia a dia






Aumenta o meu desejo



E não tem Pepsi-cola que sacie




A delícia dos teus beijos...




Ah!Quando eu me declarava



Você riaE no auge da minha agonia



Eu citava Shakespeare...




Não posso sentir




Cheiro de lasanha




Me lembro logo




Das casas da banha



Onde íamos nos divertir Divertir!...




Mas hoje o meu




Sansui-Garrat e Gradiente




Só toca mesmo embalo quente



Prá lembrar do teu calor




Então eu vou ter






Com a moçada lá do Pier



Mas prá eles é caretaSe alguém






Se alguém fala de amorAh!...




Na Faculdade de Agronomia




Numa aula de energia




Bem em frente ao professor



Eu tive um chilique desgraçado



Eu vi você surgindo ao meu lado




No caderno do colega Nestor Nestor!...




É por isso, é por isso






Que de agora em diante




Pelos 5 mil auto-falantes




Eu vou mandar berrar




O dia inteiroQue você é:




O MeuMáximo




Denominador




Comum!...






Raul Seixas





















sábado, 11 de junho de 2011

Eu quero sempre mais! Ira!



À minha vida, eu preciso mudar todo dia

Pra escapar da rotina dos meus desejos por seus beijos

Dos meus sonhos eu procuro acordar e perseguir meus sonhos

Mas a realidade que vem depois não é bem aquela que planejei
Eu quero sempre mais

Eu quero sempre mais

Eu espero sempre mais de ti
Por isso hoje estou tão triste

Porque querer está tão longe de poder

E quem eu quero está tão longe, longe de mim
Longe de mim

Longe de mimLonge de mim
A minha vida, eu preciso mudar todo dia

Pra escapar da rotina dos meus desejos por seus beijos

Dos meus sonhos eu procuro acordar e perseguir meus sonhos

Mas a realidade que vem depois não é bem aquela que planejei
Eu quero sempre mais

Eu quero sempre mais

Eu espero sempre mais de ti
Por isso hoje estou tão triste

Porque querer está tão longe de poder

E quem eu quero está tão longe, longe de mim
Longe de mim

Longe de mim

Longe de mim


Edgard Scandurra

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Sofro





Sofro pelo velho que foi e não mais volta
Sofro pela mulher amada que também não volta
Sofro pelo tempo que não volta
Sofro pela água da nascente que se poluiu e não bebi

Sofro pelo homem que não abracei
Sofro pela mulher que não beijarei
Sofro por não mais ser querido por ela
Sofro por ter perdido

Sofro por não ter lutado mais
Sofro por não ter chorado mais
Sofro por não ter vivido mais
Sofro por não ser mais



Sofro pelo que fiz
Sofro pelo que não fiz
Sofro pelo que não farei
Sofro por fazer sofrer


Allan Giovanni da Silva.

Cachorro Urubu




Baby, essa estrada é comprida

Ela não tem saída

É hora de acordar

Pra ver o galo cantar

Pro mundo inteiro escutar

Baby a estória é a mesma

Aprendi na quaresma

Depois do carnaval

A carne é algo mortal

Com multa de avançar sinal

Todo jornal que eu leio

Me diz que a gente já era

Que já não é mais primavera

Oh baby, oh ba...by

A gente ainda nem começou

Baby o que houve na trança

Vai mudar nossa dança

Sempre a mesma batalha

Por um cigarro de palha

Navio de cruzar deserto

Todo jornal que eu leio

Me diz que a gente já era

Que já não é mais primavera

Oh, baby, oh baby

A gente ainda nem começou

Baby isso só vai dar certo

Se você ficar perto

Eu sou índio Sioux

Eu sou cachorro urubu

Em guerra com Zéu!




Raul Seixas