quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Declaração de Amor (e o poeta cai na armadilha)




Ó maravilha! Voará ainda?

Sobe e as suas asas não se mexem?

Quem é então que o leva e faz subir?

Que fim tem ele, caminho ou rédea, agora?

Como a estrela e a eternidade Vive nas alturas de que se afasta a vida,

Compassivo, mesmo para com a inveja...

E quem o vê subir sobe também alto.

Ó albatroz!

Ó minha ave!

Um desejo eterno me empurra para os cimos


Pensei em ti e chorei.

Chorei mais e mais...

Sim, eu amo-te!


Friedrich






Nietzsche, in "A Gaia Ciência





sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O Historiador




Hoje é dia do historiador e como tal se faz necessário o meu parecer sobre o assunto.
É no mínimo engraçada essa condição, sendo que o historiador nem ser quer é um profissional. Gastamos anos de estudo, pesquisa, trabalho, para um parco reconhecimento e um emprego no governo, mas esse texto não é uma queixa, acho até interessante que exista um dia dedicado a quem escreve história, separado de quem ensina. O historiador não é necessariamente o professor, mas raramente as coisas se distanciam.
Ser historiador inclui pesquisa bibliográfica muita mesmo. Trabalho de campo, arquivo, leitura de jornais velhos e empoeirados, e ele ainda tem de ficar feliz se estiver em português e não em alemão ou russo.
O historiador é o cara que questiona o que está escrito, que dialoga com a fonte que entrevista e vai onde preciso for para encontrá-la. Para o historiador nenhum camponês do século XIV é sem importância e nenhum imperador foge de ser criticado. Esse é o nosso trabalho, é ao passado que dedicamos nossas vidas.
Allan Giovanni da Silva.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Eu e o samba
























Sem fui e continuo sendo muito chato para música, porém hoje sou capaz de ouvir e gostar de músicas que há dez anos não imaginei que gostaria um dia. Mas a idade me faz, perceber beleza e qualidade em coisas por assim dizer diferentes.
Nunca gostei de pagode, por exemplo, e continuo não gostando, mas de uns tempos para cá gastei um tempo para ouvir música brasileira mais antiga. Passei ouvir mais música caipira que já gostava e principalmente samba que é o foco deste texto.
Recebi dois álbuns de samba de raiz, ambos de canções compostas por Cartola grande mestre do samba. Em um deles ele canta apenas músicas sobre o Morro da Mangueira e sobre a escola de mesmo nome, que dedicou a vida, o outro é Ney Matogrosso cantando Cartola, mas quem tem me feito parecer um gringo no samba foram dois grandes sambistas, um deles é um tipo de “rocker” do começo do século XX, Noel Rosa, que morreu de tanto beber e não saia dos bordéis, o outro é Adorian Barbosa, que encontrei por puro acaso. Música onde ele canta com a grande Elis Regina, é a minha favorita.
O samba é uma expressão tão brasileira e muitas vezes a gente não presta atenção nele, porque é popular, porque é de pobre, porque concluímos que não tem qualidade ou inventamos qualquer outro motivo. Então penso agora que é bem legal a gente dá uma chance pra esses caras. E aí? Vamo fazê uma rodinha de samba?


Allan Giovanni da Silva.





sábado, 13 de agosto de 2011

Nosso lar uma comédia?



O cinema Brasileiro tem dado bons frutos, fato, porém essa onda de filmes espíritas está fazendo sucesso entre maconheiros, pedagogas e outros pseudo-intelectuais.
O filme tem um orçamento alto e grande parte do elenco é da Globo, mas isso não garante qualidade. O Oton Bastos ator que respeito principalmente por ter protagonizado Deus e o Diabo na Terra do Sol do grande Glauber Rocha, está no filme, ele aparece em holografias, seu aspecto lembra o lord Sith antes de ser torrado pelo Mestre Yoda. O filme em si tem grandes semelhanças com o Star Wars, mas sem os sabres de luz. De resto é um tanto pobre. O mundo dos mortos é misto de colônia hippie com o mundo dos elfos do Senhor dos Anéis, mas sem a gata da Liv Tyler. Em dado momento quando há espíritos chegando desejei que os caça-fantasmas entrassem em cena com suas mochilas de prótons, mas não acontece. Gostaria de poder contar o fim dizendo que o personagem principal morre, mas o filme é tão sem graça que o cara já morre logo no começo. As pessoas morrem e adivinha? Vão pro céu pra trabalhar! Porra! Eles precisam comprar créditos pra poder falar com a família, é mole? Quem não acredita vai pro inferno levar chicotada. Já deve ter um chicote com o meu nome lá.


Allan Giovanni da Silva.