Nos dias de hoje para você ter fãs é muito simples, basta
entrar num reality show, ou fazer algo estúpido e postar no Youtube, de
qualquer modo é simples angariar alguns fãs.
Cada ídolo acaba
produzindo seus fãs, sejam da moda, adolescentes que odeiam que seus lindos
astros sejam ridicularizados por outros, sejam os velhos apreciadores de música
clássica e nesse grupo me incluo e espuma de ódio quando ouve alguma obra de
Beethoven em versão eletrônica ou coisa do tipo, tem fã que atravessa o Brasil
para ver a Claudia Leite e tem fã que tatua a cara do Robert Pattinson nas costas.
Incluo-me em outro grupo, os tietes de Raul Seixas, nós
somos chatos por motivos óbvios; detestamos quando outros artistas cantam as músicas
de Raulzito (exceto Zé Ramalho), gritamos TOCA RAUL! em todas as situações (até
mesmo em festas de aniversário na hora dos Parabéns A Você). Guardamos discos
de vinil tenho três, camisas velhas e furadas, falamos em conversas frases do
Raul que as pessoas normais não conhecem.
Fãs do Raul geralmente são barbudos, cabeludos, bebem e
eventualmente se drogam ou se drogaram em algum momento da vida. Seixistas
sabem que cada música do Raul faz sentido em cada momento da vida. Toda mulher
fã de Raul gostaria de provar A Maçã e estar no lugar de Ângela.
Fãs de Raul choram ouvindo os clássicos com um copo de uísque
pelo menos uma vez na vida, acham que são metamorfoses ambulantes, malucos
beleza e são. Quem venera Raul vem de um
tempo diferente que não é necessariamente o passado, mas o começo, o meio e o fim.
Quem gosta de Raul gosta da luz das estrelas, não tem medo
da chuva, acha que Al Capone tem de se emendar.
Raul Seixas para nós é a valentia, é a poesia é o
pensamento, mas mais que tudo Raul é a liberdade, de todos ele é o amor.
Allan Giovanni da Silva.