terça-feira, 26 de outubro de 2010

Alles Blau?


Vejo a constatação de minhas pesquisas de TCC acontecerem ao vivo todos os dias e a Oktoberfest acabou em grande medida fazendo o trabalho para mim. Meu texto põe em cheque o que é ser alemão. Por que continuamos perpetuando algo do passado como se fosse sagrado?
É mesmo fundamental preservar a cultura germânica no Brasil em pleno século XXI?
Há quem diga que sim, o própósito disso é muito claro, dinheiro, os turistas gostam de ver algo diferente do que está acostumado e Blumenau lhes parece um verdadeiro paraíso, limpo (se comparado a São Paulo), ordeiro, trabalhador e cara! Dão chopp de graça! Mas nós não somos mais a colônia do Otto Blumenau, nós somos uma cidade do Brasil, somos latino americanos, muito embora vários torçam o nariz pra esse fato. Mas calma, caro conterrâneo este não um dilema só nosso, os cowboys do interior de São Paulo trabalham em escritórios e se vestem de caipira só pra ir pra balada, os índios do Xingú tem computadores melhores do que os nossos, mas fazem suas danças dos espíritos em troca de dólares. Todo mundo acaba no samba pra gringo ver.

Allan Giovanni da Silva.

Um comentário:

  1. Pois é, estive acompanhando o último desfile da Oktoberfest. E o que pude perceber é que no Brasil existe organização. Tudo muito lindo, alegre e grandioso, para dar inveja a qualquer evento popular no país. Em qual lugar haverá uma uniformização tão grande? Não encontrei um participante que não estava com a fantasia dos nossos melhores personagens fictícios - o Fritz e a Frida. Melhor que isso, acredito que só as paradas do nacional-socialismo.
    Apesar da beleza, há um grande mal: a banalização da cultura. Parece que todos tinham raízes genéticas dos germânicos. Pior! Parece que a gloriosa Alemanha foi a mesma durante toda sua história e que as épocas ou regiões não se diferenciaram. Preservar a cultura é o mesmo que reinventá-la. As tradições se transformam naturalmente; é uma traição a nós mesmos querer estagná-las no tempo.

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