sábado, 12 de novembro de 2011

A borboleta e o escrevinhador



A borboleta vive em forma de lava num casulo por muito tempo, sai dele linda e forte, mas por uma brincadeira sem graça do destino vive apenas um dia. Agora lhe pergunto, confidente; não seria melhor que ela permanecesse em seu invólucro? Ou uma vida livre e digna ainda que breve?
Lamento, mas não tenho resposta pra isso. As pessoas fazem coisas ruins a si mesmas, bem, por que as fazem? Por que fazer mal a si mesmo, por quê? Por quê?
Desculpe o niilismo em excesso mas não pude evitar. Acho que as pessoas gostam da dor e até a procuram. Admito que muitas vezes ela purificadora, você se sente vivo e se redime, como um penitente que de joelhos paga seus pecados.
A borboleta vive limitada em seu casulo e luta bravamente para sair dele mesmo sabendo que sua vida será curta. No entanto enquanto voa com suas belas asas multicoloridas ela faz o que bem entende. Eu assim como ela, a borboleta, sei que vou morrer e me obrigo a viver, pelo menos por enquanto. Entre o ventre o caixão a um tempo, onde faço coisas, coisas justas e injustas, coisas belas e terríveis.
Entro na vida das pessoas e deixo marcas, deixo um pedaço de mim, pedaço esse que certamente nunca mais voltará para minha mente, estará sempre lá, onde deixei. Cada dia que passa eu me preocupo mais com os sentimentos das pessoas não sei se estou ficando velho ou fraco, mas tenho pensado muito na capacidade das pessoas de mudas a vida de outras pessoas para sempre, algo realmente muito sério, meu conselho, não se dirija a ninguém se não estiveres disposto a fazer o melhor.
Porém esse amargurado escrevinhador não se vê em condição de dar conselho a ninguém, apenas pode dividir um pouco esse peso no peito.


Allan Giovanni da Silva.

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