quinta-feira, 21 de julho de 2011

Diferentão



Ele fez de tudo pra ser conhecido com profeta, louco, mago, gênio, bêbado.
Um baiano de 48 quilos, certo? Que calçava sapatos 36 e escrevia sobre si próprio.
Esse é Raul Santos Seixas, menino danado, lá, si, dó rebocado.
Esse cara desperta até hoje muitos sentimentos nos que levam suas letras como lema na vida. Trem das Sete (a música favorita de meu pai), Tente outra vez, que salvou um suicida. Eu nasci Há Dez mil Anos Atrás que me levou para o caminho da história.
Raul tinha uma áurea misteriosa, escrevia sobre coisas secretas, pulava o muro com o Zequinha no quintal da escola. Era paranóico, foi pantera, hippie, beatnik, católico, budistas, protestante. Estudou direito, filosofia, magia negra, leu pergaminhos sagrados, foi gentilmente convidado a se retirar do Brasil e depois foi chamado de volta, casou quatro vezes. Imitou Elvis e mister Bob Dylan. Rio da “bosta nova”.
Cantou forró, blues, jovem guarda tango, bolero, mas foi mais que tudo um cara do rock. Ele foi um ator tão bom que convenceu a todos que era cantor e compositor, foi de pijama no programa da Xuxa e de sunga no Silvio Santos.
Raul se drogou, amou, chorou e morreu e viveu muito intensamente, virou lenda e hoje é desprezado por uns, mas, sobretudo é amado por muitos, que assim como eu vêem em seu trabalho e seu legado um exemplo de maluquice, genialidade, é por isso e por muito mais que Raul vive e continuará vivendo dentro de cada maluco beleza mundo afora.


Allan Giovanni da Silva.

Nenhum comentário:

Postar um comentário