quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Declaração de Amor (e o poeta cai na armadilha)




Ó maravilha! Voará ainda?

Sobe e as suas asas não se mexem?

Quem é então que o leva e faz subir?

Que fim tem ele, caminho ou rédea, agora?

Como a estrela e a eternidade Vive nas alturas de que se afasta a vida,

Compassivo, mesmo para com a inveja...

E quem o vê subir sobe também alto.

Ó albatroz!

Ó minha ave!

Um desejo eterno me empurra para os cimos


Pensei em ti e chorei.

Chorei mais e mais...

Sim, eu amo-te!


Friedrich






Nietzsche, in "A Gaia Ciência





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